sábado, 29 de agosto de 2015

Resenha #6 - Ubik (Philip K. Dick)

[SEM SPOILERS]
Philip Dick explora em "Ubik" os limites da realidade e do que ela é feita. A morte, previsão do futuro e alteração da realidade, misturado com toques de humor ao longo do livro. É uma leitura que te força a sair da "zona de conforto", como toda obra do autor costuma fazer.

No mundo de "Ubik" dois tipos de empresa disputam espaço na venda de serviços de (contra)espionagem industrial. Eles contratam precogs (prevem o futuro) e telepatas (leem pensamentos) ou de anti-telepatas e anti-precogs que são capazes de anularem os talentos dos primeiros como uma defesa natural da evolução. Neste mundo também existe a tecnologia para conversar com pessoas falecidas através de um serviço de moratórios, onde os entes queridos são conservados congelados em um estado de meia-vida por um período variável de tempo. 

Joe Chip, que trabalha para a Rucinter e associados como um avaliador de talentos anti-telepata e anti-precog. Ele recebe a incumbência de avaliar uma jovem com uma habilidade anti-precog fora do comum, uma nova etapa na evolução. 

Enquanto isso Glen Rucinter, dono da Rucinter Associados, é um cliente do moratório de Zurique. Ele conferencia esporadicamente com sua falecida esposa Ella Rucinter sobre os caminhos da empresa. Glen aceita um grande trabalho de um cliente misterioso e rico. Reunindo os melhores talentos de sua empresa Glen, Chip e doze inerciais partem para a Lua onde são vítimas de uma emboscada em que Rucinter morre. Joe Chip e sua equipe tem que descobrir o que há por trás da morte de seu patrão e lidar com uma série de eventos bizarros como manifestações de Glen Rucinter em embalagens de produtos e em programas de TV; estranhas e sucessivas regressões de objetos ao passado como televisores em rádios, naves em carros; e ainda tem de lidar com as estranhas mortes dos sobreviventes da equipe. A única solução parece ser Ubik (derivado de ubiquidade). Um misterioso Spray que parece evitar que a realidade se esfacele por um tempo. 


Este é um dos livros mais bacanas do autor. Aqui ele traz uma critica social bem apurada. A cena de Joe Chip, um tipo normopata medíocre, que não tem dinheiro para pagar a porta de seu apartamento é bastante cômica. Mas a profundidade nunca escapa em suas obras e o Ubik é uma alegoria interessante do que faz a sociedade de consumo. Ela é um elemento quase mágico que faz com que as mercadorias ganhem vida. Se parecer absurdo usar um termo tão especifico como mercadoria, repare nos trechos iniciais dos capítulos descrevendo Ubik. 

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